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OS PERIGOS DESPERCEBIDOS DAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO

Dave Wagner

Você os vê e passa por eles o tempo todo. Toda comunidade tem um. É bem provável que um vizinho próximo, um dos seus melhores amigos ou até mesmo um parente trabalhe em um deles. Quando a pressão baixa se instala e o vento sopra na direção errada, o fedor é horrível. Mas o cheiro é apenas uma indicação dos abundantes riscos que se podem encontrar ao trabalhar em uma estação de tratamento de esgoto.

O potencial de escorregões, tropeções e quedas nas estações de tratamento de esgoto é real, e esses riscos básicos tornam-se mais agudos quando são precipitados por gases perigosos no ar de toda a instalação. A possibilidade de lesão grave ou mesmo afogamento por cair em um espaço confinado como poço úmido, poço de recirculação ou tanque clarificador significa que o risco associado a trabalhar em uma estação de tratamento de esgoto pode ser maior do que reconhecemos ou admitimos.

Os principais gases de interesse nas estações de tratamento de esgoto são metano, sulfeto de hidrogênio e oxigênio (ou a falta dele). Sulfeto de hidrogênio e metano são os subprodutos da decomposição de materiais orgânicos presentes nos fluxos de resíduos que alimentam a estação. O acúmulo desses gases pode levar a falta de oxigênio ou, em alguns casos, explosão quando unido a uma fonte de ignição.

Mas o número de perigos de gás presentes pode ser alto demais para listar. Além desses três grandes perigos de gás estão os que existem na purificação de produtos químicos, como amônia, cloro, dióxido de cloro ou ozono, utilizados na descontaminação dos resíduos e águas efluentes. O potencial de um número ilimitado de gases tóxicos ou explosivos é proveniente dos produtos químicos que podem ser derramados ou despejados no sistema de esgoto da base industrial da comunidade.

A eliminação destes perigos de gás é virtualmente impossível, pelo que os trabalhadores e empreiteiros permanentes precisam confiar em equipamentos de detecção de gás confiáveis para protegê-los. Embora não exista um monitor de gás “bala de prata” que proteja todos os trabalhadores em todas as situações, um monitor multigases é um bom ponto de partida. Um monitor padrão de quatro gases, equipado com os sensores adequados, fornece proteção contra os riscos primários de metano, sulfeto de hidrogênio e oxigênio. O quarto sensor de gás, geralmente de monóxido de carbono, muitas vezes pode ser substituído por um sensor de amônia ou cloro para adicionar proteção contra um dos riscos químicos mais comuns. Passar de um monitor de quatro gases para outro de cinco gases, ou até um de seis gases pode permitir que você avance o nível de detecção e se proteja ainda mais conora potenciais perigos químicos.

Infelizmente, para proteger os trabalhadores dos perigos de gás não basta simplesmente entregar-lhes um detector de gás e enviá-los ao trabalho. Se os trabalhadores não usarem os monitores adequadamente, não entenderem como eles funcionam ou não souberem como reagir às leituras, os dispositivos de detecção de gás não serão muito eficazes.

Primeiro, o monitor precisa ser ligado. Os trabalhadores precisam saber como ligar o monitor e verificar se o instrumento que estão carregando é capaz de detectar todos os perigos que podem encontrar. Em seguida, se os trabalhadores quiserem garantir que estão protegidos, precisam garantir que o monitor realmente detecte os gases que deve detectar. Isto se faz com um teste de resposta do monitor, expondo-o a uma concentração de cada gás que ele for é projetado para detectar e verificando se o sensor responde e o alarme é disparado corretamente. A verdade simples é que a única maneira de ter certeza de que um detector de gás vai realmente detectar os gases que deve detectar é testá-lo com gás. Pode parecer um procedimento complicado, mas é tão simples como colocar o monitor em um suporte de teste ou docking station equipada com os gases apropriados e fazer o teste ser executado automaticamente. Isso precisa ser feito sempre que o monitor for usado.

Quanto mais perigos um detector tiver de monitorar, mais compreensão deve haver sobre como os seus sensores interagem. Por exemplo, o usuário de um monitor com sensores de sulfeto de hidrogênio e cloro instalados precisa entender que a presença de H2S na atmosfera pode afetar negativamente a leitura do sensor de cloro e mascarar a presença de um perigoso nível de gás cloro na atmosfera. Os usuários devem consultar os fabricantes de instrumentos para obter informações sobre os níveis de interferência cruzada e interações entre sensores.

Além de entender os sensores em si, o trabalhador precisa entender qual é a resposta adequada quando o monitor detecta gás e entra em alarme. Muitas vezes, quando um detector de gás entra em alarme, um usuário inexperiente pode entrar em pânico e fazer algo que crie um perigo a mais, ou pode simplesmente ignorar a situação porque não sabe o que fazer a seguir. Atualmente, alguns novos monitores fornecem mensagens de ação de alarme que exibem instruções de texto orientando os usuários sobre as ações apropriadas quando o alarme do monitor dispara. Dizer aos trabalhadores para “USAR UM RESPIRADOR” ou “EVACUAR” quando os alarmes dos instrumentos são ativados reforça o treinamento para o perigo que tiverem feito anteriormente.

Falando com realismo, pode haver casos em que o monitor simplesmente não é capaz de fornecer a proteção necessária com rapidez suficiente e um trabalhador pode ser vencido por um gás perigoso ou incapacitado de alguma outra forma. É importante que o monitor que o trabalhador carrega tenha meios para que os outros saibam que ele está em perigo. Os instrumentos podem ser equipados com um botão de pânico que permite que o trabalhador sinalize a outros quando precisar de ajuda ou um alarme de detecção de movimento ou "homem caído", que soa quando o usuário não se move. Instrumentos mais avançados podem ter a capacidade de acionar alarmes em instrumentos de outros trabalhadores quando o instrumento de um deles entrar em estado de alarme. Esses recursos podem ser essenciais para encontrar e resgatar uma vítima de exposição antes que seja tarde demais.

Os perigos de gás são um fato invisível e inevitável nas operações de uma estação de tratamento de esgoto. Se você for contratado para trabalhar em uma dessas instalações, ter o equipamento de detecção de gás correto e usá-lo corretamente é a melhor maneira de garantir que você volte para casa com segurança no final do dia de trabalho, mesmo quando o vento soprar na direção errada.

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